Sobre a doença

Segundo dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 foram reportados 202.185 casos novos da doença no mundo. Desses, 29.936 ocorreram na região das Américas e 27.863 (13,8%) foram notificados no Brasil, o que corresponde a 93% do número de casos novos das Américas.

Do número total de novos casos, 14.981 reportam a contaminação de crianças e adolescentes menores de quinze anos. No Brasil, 1545 crianças foram infectadas, sendo que 50 delas apresentam deformidades visíveis ou deficiências de grau 2 (G2D) decorrentes da hanseníase.

O relatório de 2020 da ONU é o mais fidedigno ao cenário da hanseníase no mundo, pois nos anos subsequentes os registros de novos casos foram prejudicados, em decorrência da pandemia. O próximo relatório deve ser publicado em setembro/2024, reportando os dados de 2023, período em que as formas e vias de registros foram reestabelecidos no mundo.

O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com maior número de casos no mundo, atrás apenas da Índia. O cenário se agrava pelo difícil diagnóstico que torna o tratamento tardio. Poucos médicos estão preparados para enfrentá-la, o que sinaliza uma sensível subnotificação dos casos. Preconceito e falta de informação fazem com que os pacientes escondam a doença e vivam em isolamento social.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), as doenças negligenciadas estão restritas a regiões tropicais e subtropicais com água não tratada, higiene e saneamento inadequados e condições de habitação precárias.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) colocou a hanseníase na lista de doenças negligenciadas, caracterizadas por serem patologias infecciosas e afetarem, principalmente, as populações que vivem em extrema pobreza.

Atualmente, há cerca de 3 milhões de pessoas acometidas pela hanseníase no mundo. Atualmente, o Brasil faz parte da lista de 23 países prioritários para a hanseníase definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que juntos somam 94% dos casos de hanseníase no mundo. Nesta lista, Índia, Brasil e Indonésia somam juntos 74% de casos no mundo.

Em março de 2023, a OMS realizou a primeira reunião global sobre doenças tropicais negligenciadas (DTN) relacionadas à pele (DNT da pele), em Genebra (Suíça). As discussões se concentraram principalmente no progresso e nos desafios na implementação de atividades integradas de DTN da pele em nível nacional, conforme sublinhado no roteiro de DTN da OMS 2021–2030.

Dra Laila de Laguiche esteve presente no evento, representando o Instituto AAL, e pôde conferir os avanços na pesquisa de DTNs de pele. Um marco importante para o fortalecimento da rede de especialistas em doenças tropicais negligenciadas.

Transmissão

A hanseníase é contagiosa e transmitida pelas vias aéreas, mas 90% da população é naturalmente imune. Ou seja, a doença só se manifesta em 10% da população contaminada. Os males se manifestam naqueles que têm predisposição genética e foram contagiados pela bactéria.

Diagnóstico

Tratamento

A hanseníase tem cura e o tratamento é ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece os antibióticos. O tratamento tem duração mínima de seis meses, mas pode se estender por anos, a depender do tipo da doença.

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